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Número de Ondas

sábado, 13 de março de 2010

Morituri Amant


Em jornais, rádio, televisão, internet, lembrou-se aquele 11 de Março de Espanha, que ajudou a afivelar definitivamente o terrorismo à actualidade dos últimos anos.
A lembrança trouxe-me também à memória o 11 de Setembro americano (e mundial). É sobre esse dia que aqui falo. Elejo, de entre tantos aspectos à sua roda, os relatos – gravados para sempre – de telefonemas entre as vítimas e os seus entes queridos.
São discursos inscritos na urgência do momento.
A urgência torna essencial tudo quanto dizemos. As nossas palavras, então, desaguam numa espécie de reduto lírico: conteúdo e forma, ritmo, tom – tudo é uma coisa una e pura.
Ora, que dizem estes morituri à beira do seu fim? A que poesia se reduz esta consciência exaltada da despedida iminente?
Na maior parte das vezes, dizem “Amo-te”.
Entre a vida e a morte, é isto pois o essencial.
(E o terrorismo, já agora, é o contrário disto.)

Ribeira de Pena, já 12 de Março de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho

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