terça-feira, 13 de abril de 2010
O Problema da Circulação
No centro comercial, o estacionamento é conta certa
(xis lugares, xis viaturas, resto zero).
Os automóveis arrumam-se simetricamente
Lado a lado, frente a frente, até uns sobre outros
(Sobreterraneamente, subterraneamente).
Para não nos esquecermos do nosso lugar
Decoramos a letra do piso (a minha é A)
E o número da zona (o meu é 17).
Acontece-me, muitas vezes, à hora de reviajar
Ter-me esquecido da letra e do número
Do meu lugar.
Aí, por minutos, falta-me a possibilidade
De movimento.
É preciso saber onde deixámos o nosso carro,
Amor.
É sempre preciso saber de onde partimos.
Ribeira de Pena, já 13 de Abril de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
[A 1.ª versão deste poema foi escrita a 04-08-2008. Foto JJC.]
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