quinta-feira, 29 de abril de 2010
Biblioteca é um lugar de inaugurações
Tenho estado frequentemente, nos últimos quinze anos, em muitas bibliotecas do nosso país. Bibliotecas municipais e, sobretudo, bibliotecas de escolas.
Normalmente, vou a convite de colegas, às vezes de ex-aluno(a)s, e levo sempre a testemunhal incumbência de provar, em sessões que nunca ultrapassam´os 60 ou 90 minutos, que ler é bom, faz bem, vale a pena.
Ultimamente, tenho estado em cerimónias de inauguração desses lugares mágicos (para discursar ou para celebrar artisticamente as ocasiões). Aconteceu com a Biblioteca Municipal de Cabeceiras (sita no Arco) e com a do Agrupamento da minha Escola (Arco de Baúlhe). Acontece, no próximo dia 30 de Abril, com a Biblioteca Municipal de Ribeira de Pena.
Estes convites, se bem que redundem numa responsabilidade bem delicada e trabalhosa, honram-me por três razões. Por um lado, porque se trata objectivamente de uma distinção que me concede o meio onde trabalho e vivo, confiando nas minhas ideias e na minha – digamos assim – arte. Por outro lado, porque me possibilita o cumprimento de um dever não inscrito nos regulamentos funcionários, mas essencial à luz do que sinto-penso: ajudar a que a terra onde estamos tenha um bocadinho do melhor que somos. Há ainda uma terceira razão para a honra do que vos falo, mas guardei-a para o parágrafo seguinte.
Inaugurar bibliotecas é assistir in vivo à modernização verdadeira do meu país, que é – visto de onde vejo o fenómeno - um modo limpo de concretizar o 25 de Abril. Bem sei que, depois, falta dinamizar estes espaços, criar no público local (pouco familiarizado com literatura, exposições, estudo) hábitos de consumo e fruição de cultura. Isto demora a conseguir-se, requer paciência. Mas por algum lado se tem de começar: em Ribeira de Pena, há agora um magnífico Auditório e uma muito linda e funcional Biblioteca. Para a terra, é uma boa notícia. Para mim, que fui dado à luz em Coimbra mas aqui tenho nascido plurais vezes, é uma notícia boa. Orgulha-me fazer parte deste momento.
Afinal, a inauguração de dia 30 tem novamente a ver com livros. E digo-vos: é muito natural que eu esteja no primeiro dia oficial de uma biblioteca, pois tantas vezes os livros têm inaugurado vidas em mim.
Ribeira de Pena, já 29 de Abril de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem-supra foi colhida, com a devida vénia, em www.cm-rpena.pt.]
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