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Número de Ondas

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Biblioteca Paraíso



Na quinta-feira, dia 22 de Abril, pelas 21 horas e quinze minutos, a Biblioteca da Escola-sede do Agrupamento do Arco (sita numa formosíssima terra chamada Arco de Baúlhe) celebrou o seu primeiro aniversário. Fê-lo da maneira mais interessante e inteligente de todas: com livros, com leitura. Promovendo o convívio informal de gente com o texto literário.
À actividade, sabiamente congeminada e coordenada pela coordenadora da biblioteca, Rosário Mendes, deu-se um feliz nome: “Café e bolos”.
Durante cerca de duas horas, houve café e bolos, de facto (como, aliás, também chá e sumos). Mas houve, sobretudo, num ambiente descontraído, adequado à fruição da Beleza, a leitura de poemas e de histórias. E houve música e imagens belíssimas. E houve dança.
Participaram alunos e ex-alunos, professores e outros elementos da comunidade educativa. A organização queria “um encontro”. Conseguiu “um encontro”.
Entre tantos motivos de agrado, houve um que me iluminou especialmente. Falo do soneto de Camões “Alma minha gentil que te partiste”, lido por uma aluna, enquanto passavam imagens do imorredoiro “Cinema Paraíso”, de Giuseppe Tornatore: aquela célebre colecção de beijos a preto e branco, a música de Morricone, a voz de Luís Vaz a falar de “assento etéreo”.
No final, ficou a promessa da Rosário: que celebrações deste género - animadas, divertidas, vivas - se repetirão no futuro. Ainda bem. A literatura, mesmo a que fala de perda, de fim, de morte, é sempre, sobretudo, matéria de vivos. É com vida que se celebra.
E, já agora, isto de uma biblioteca ser inaugurada e, depois, celebrada em Abril é bom sinal: biblioteca, na prosódia do meu coração, rima com liberdade.


Ribeira de Pena, 23 de Abril de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho

1 comentário:

Paulo Pinto disse...

Despertar sentidos e emoções para a leitura e para a fruição da beleza que os livros guardam tem sido uma luta que a Rosário tem travado incansavelmente, com a doçura e generosidade que lhe conhecemos, mas também com teimosia e método. E tem conseguido cativar novos leitores e desenvolver gostos e hábitos culturais. Ela merece o reconhecimento de nós todos. Faltou-te mencionar o teu próprio papel neste «café e letras». Obrigado(s) a ti também!
Um abraço.