Bússola do Muito Mar

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Economia vista de baixo


O cartoon de Luís Afonso brinca – muitíssimo a sério – com a realidade que, neste “muito Mar”, já denunciei ferozmente: a desigualdade de rendimentos entre as excelências chefiantes e os plebeus da máquina laboral.
Há uns anos, em programa da RTP 1, Dias Loureiro explicava, com seu ar magistral, o modo de sanear economicamente as empresas. Lembro-me, em particular, de um exemplo que dava o famoso perito em (como é que se diz?) gestão de activos. Era o exemplo dos funcionários da limpeza.
Explicava Loureiro que uma medida de gestão eficaz poderia passar pela redução do número destes funcionários, mas que era importante que se mantivesse a empresa limpa. Tratava-se, sublinhava, de fazer o mesmo serviço, mas poupando na quantidade de funcionários.
Pergunto eu: poupando para quê?
Responde Luís Afonso, com o seu cartoon: para que os magníficos administradores da coisa pública ou privada não percam os seus magníficos privilégios.
“Reality stinks”, como dizia um polícia honesto num filme americano dos anos 1980.



Ribeira de Pena, já nesta data querida de 15 de Abril de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem-supra (“Bartoon”, de Luís Afonso) foi colhida, com a devida vénia, no jornal “Público”, edição de 13-04-2010.]

4 comentários:

Daniel Abrunheiro disse...

Parabéns, hoje-15, meu querido Amigo.

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Obrigado, Daniel.
Abraço!
QJ

Paulo Pinto disse...

A geração de Dias Loureiro (e da generalidade desses gestores e administradores actuais) foi a das revoltas estudantis, do Maio de 68, da canção de protesto, dos cravos... Os mesmos que porventura maldisseram o suposto materialismo da geração dos seus pais, e que terão pensado em chegar à Índia num Citroën 2cv...
A ganância desta gente é enorme. Mas se um puto com jeito para chutar uma bola pode ficar multimilionário aos 20 anos, porque hei-de eu contentar-me com menos? - estarão alguns destes senhores a pensar. A vida está é para os espertos, dirão outros.
Sinceramente, acho que ainda assistiremos a explosões nestas caldeiras que andamos a aquecer ao lume.

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Caro Paulo, parece que o idealismo está condenado a falir.
Dizia o nobel William Golding ( o do "Lord of the Flies") que não há limites para a bestialidade predadora - e que o homem, na ânsia de sobreviver/dominar, segrega o mal como as abelhas o mel...
Eu próprio já fui mrnos cínico.
Abraço!
JJC
PS: Os teus comentários são sempre de grande interesse, amigo. Thanks.