(Ao soldado desconhecido)
As orcas e tubarões assinalados
Desta ocidental praia lusitana
Por lares nunca dantes leccionados
Levaram rural tropa e tropa urbana;
E em perigos e guerras desgraçados
Muito mais que Prometeu da farsa humana
Entre gente remota sepultaram
Um moço que os grandes ignoraram:
Um gajo desconhecido e soldado
Sem rima sem métrica sem perdão
Cujo cantarei por toda a parte
Com engenho sem arte sem paneleirices!
Ribeira de Pena, já 22 de Abril de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
[Foto JJC.]
4 comentários:
Camões ficaria estarrecido com este atentado à métrica clássica e ao esquema rimático, particularmente nos últimos versos. Já quanto ao conteúdo, um Camões dos nossos dias até o acharia suave... Já agora, sugiro um soneto à Inês de Medeiros.
Sugestão interessante. Soneto, talvez, em francês. Talvez com ajudas de custo.
Então aí vai um que acabei de inventar:
Aux politiciens et députés
De l'occidentale terre lusitaine
Je voudrais bien remercier
De la belle vie que je mène
Voler de Paris à Lisbonne
Il me fait plaisir le voyage
J'appelle un taxi par téléphone
Je laisse ma voiture au garage
Quand j'y arrive je suis fatiguée
Je n'ai pas envie de travailler
Mes collègues non plus, en effet
Mais je suis contente comme ça
Qui paie? C'est pas moi...
C'est le peuple portugais!
Maravilhoso! Obrigado, Paulo.
JJC
Já agora, revisite-se "A Mensagem" pessoana (ò Mar Salgado!):
"Oh, Toi, la Mer,
Combien de ton sel
Sont des larmes financières!
À cause d'une députée
Combien doit-on payer
Pendant toute l'année?
Misère!
Dieu qui n'a jamais eu tort
Peut-être nous oublie ou dort."
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