quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Rei fora da história
Houve, parece, um quarto rei mago naquela história de há dois mil e onze anos (mais ou menos natal). O seu caminho não teve, ao contrário dos seus três homólogos, estrelas. E ele perdeu-se, atrasou-se, desesperou, maldisse – Deus lhe perdoasse – a ideia de se ter posto a caminho.
Nunca se fala do quarto rei mago porque ele se perdeu da história. Parece, aliás, que nunca chegou a conhecer o menino a quem levava, de uma praia do seu reino, certa areia branca num pequeno cofre. A areia era diferente de todas as areias jamais vistas na Palestina, mas ele nunca o chegou, parece, a provar.
Ao chegar a Belém, o quarto rei mago soube da inutilidade da sua viagem e, disso não há dúvida, chorou. Ofereceu a areia essa uma criança árabe que brincava junto ao mercado dos frutos. Depois, reentrou no deserto de onde viera lamentando a sua sina pobre em estrelas e em sorte.
Caminhou por mais de mil anos, até aqui, a este texto aparecido em
Vila Real, a 07 de Fevereiro de 2012, assinado (pouco rigorosamente) por
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www. eportuguese.blogspot.com.]
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