Inauguro neste blogue uma nova modalidade de texto, que cruzará dados objectivos sobre a minha actividade físico-desportiva com pequenas observações. Devaneios, filosofias, desabafos, construções na areia da linguagem. Decidi que estes muito curtos textos terão o nome (etiqueta) de “Apografias”. Porque sim.
Apografia 1
Hoje, dia 02 de Agosto, pelas 19h30m, fui do número 90 da rua da minha infância, ali ao Casal Ferrão, até ao Estádio Universitário, passando pela avenida Fernão de Magalhães, a Portagem, a ponte de Santa Clara – e regressando, lavado de grosso suor, pela ponte do Açude, a Estação Velha e o Lidl. Cerca de uma hora e dez minutos de corrida lenta. Entre o Estádio Universitário e a ponte do Açude, ocorreu-me isto:
“A beleza é. O nosso olhar está. A vida da beleza é estar à espera de um olhar digno de si. A missão do olhar é andar à procura da beleza. A beleza é, por natureza, uma ideia eterna e singular. O olhar é plural – é feito de muitos olhares. Um olhar encontra a beleza como um homem encontra uma mulher bonita: com persistência, paciência, competência, concentração e sorte. (Às vezes, apenas com sorte.) Com o aperfeiçoamento do exercício olhador, um olhar pode tornar-se belo. A poética é, de certa forma, um olhar que subiu de estar a ser.”
Coimbra, 02 de Agosto de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.olhares.sapo.pt.]
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