Corri
cinquenta minutos sem parar, não contando com aqueles segundos a cumprimentar o amigo Januário, que bicicletava na margem do Choupal.
Corri mais rapidamente, hoje, do que tem sido costume. Senti-me forte, talvez capaz de mais cinquenta minutos.
Corri mais rapidamente, hoje, do que tem sido costume. Senti-me forte, talvez capaz de mais cinquenta minutos.
Às
oito e meia da noite, passei pela casa da minha mãe e, enquanto fazia
alongamentos, pus-me a olhar para o pomar que há nas traseiras do prédio. Na
minha cabeça, tratava-se de um território enorme, onde joguei à bola, comi
figos, fui índio e cobói, contei e ouvi segredos, cacei lagartixas – um mundo!
Mas
vejo, agora, apenas um acanhado espaço, entalado entre o prédio vizinho e o
moderno Lidl que está, aliás, no lugar onde era a minha escola primária.
De
modo que, concluo, o mundo diminui com a idade. (A literatura, vá lá, é uma
compensação.)
Coimbra, 09 de Agosto de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (consensual monumento do kitsch) foi colhida, com
a devida vénia, em http://www.riscadoagiz.blogspot.com.]
2 comentários:
Eu ando com impressão de que, com o tempo, os objectos encolhem mas, o mundo cresce e absorve-nos...
:)
Entendo (e aceito também) esse modo de ver. Mas creio que a inocência do olhar infantil é, ao invés de uma fragilidade, um poder: o mundo parece maior, a vida parece maior.
Obrigado por aparecer no Muito Mar. Bj. JJC
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