Corri apenas meia hora (Casal Ferrão, açude, Fernão de Magalhães). O corpo pediu-me, hoje, alguma clemência. Atendi-o.
Sou revisitado, após o banho, pelo espanhol António Machado e pela nossa Sophia. Esta (cito de cor) fala de navegadores que “navegavam sem o mapa / que faziam”. Aquele lembrava ao “caminero” que, em boa verdade, “no hay camino”, porque “el camino se hace andando”.
Aproveito estes motes preciosos e gloso-os – isto é, caminho com eles, caminho sobre eles.
O caminho começa no lugar em que se inicia a caminhada.
O caminho termina no lugar em que cessam os passos caminhantes. Contudo, o caminho também é feito de pausas, porque as pernas, o coração e o cérebro precisam, aqui e ali, de descansar.
O caminho é sempre mais curto do que o caminhante interiormente teme ou deseja.
O caminho é feito de muita terra. De subidas, descidas, planícies, pântanos, pedras, pomares, desertos. E de pontes e estradas. E de água e ar.
O caminho é a vida das gentes entre quase nada e alguma coisa.
Coimbra, 05 de Agosto de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
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