sábado, 21 de janeiro de 2012
Isto e o essencial
Inaugura-se hoje um espaço-tempo pomposamente designado como "Guimarães capital europeia da cultura".
Sei das desconfianças que em muitos bons (e livres) espíritos estas iniciativas despertam. Sei das pequenas e grandes corrupções que, à boleia de eventos magnamente patrocinados, manhosamente florescem. Sei do cortejo de cunhas que antecipa e acompanha um evento destes. Sei dos perigos de nomeações espúrias, de mordomias obscenas e iníquas. Sei da confusão entre competência e militância partidária que nestas alturas tende a recrudescer, sobretudo no contexto generoso de muitos euros.
Mas queria aqui, hoje, falar de algo diferente. De Guimarães mesmo. De uma cidade bonita, cheia de gente dinâmica e genuinamente portuguesa. De um Portugal que existe fora de Lisboa. E de uma oportunidade vimaranense para, celebrando a cultura no presente, se cultivar - reparai no verbo - o hábito e o gosto de regularmente (naturalmente) ouvir boa música, assistir a bom teatro, ver dignas exposições de pintura, escultura, fotografia, admirar grandes bailarinos, beneficiar do brilho de sábias conferências.
Queria falar da oportunidade que aqui se inaugura de, passado e fruído o 2012 capital europeia coiso & tal, ficar algo novo e vivo em Guimarães em matéria de cultura e de vida cultural. Nas pessoas e pelas pessoas.
Queria, enfim, falar, aqui e hoje, do essencial que há, pode haver n'isto. E, à minha anónima medida, faço parte.
Ribeira de Pena, 21 de Janeiro de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.portugalcultural.net.]
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