sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Fábula que deveio um enunciado sobre a temática habitual da vida e da morte
“Nasceu-me uma ruga”
(Disse a tartaruga
À porta de seu casebre).
“É do stresse” (disse a lebre).
“Não se diz” (continuou) “à toa
Que, ai, o tempo voa!”
E acrescentou ainda
Esta quadra mui linda:
“Tudo faço a toda a brida
(Amor, filhos e comer)
Por ser tão curta esta vida
Para tanto por fazer.”
Há em mim a tartaruga angustiada
E a lebre de existir urgentemente
Mas pouco sei que diga (quase nada)
Para consolar a mortal gente.
Eu cá o Futuro não desejo
(Dispenso-o de bom grado para mim)
E torno-me na vida caranguejo
Sábio recuando, recusando o Fim.
Arco de Baúlhe, 20 de Janeiro de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.odistribuidor.com.]
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