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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Decorar poesia


Por imposição do encenador, alunos de Teatro decoraram poemas de Ruy Belo, Ramos Rosa, Sophia Andresen, Florbela Espanca, Pessoa, Camões. Ouço-os e consola-me a ideia de, por instantes, aqueles filhos de operários-desempregados-administrativos-professores-agricultores-empreiteiros-etc. conviverem, divinamente, com os maiores nomes da nossa língua. Pela sua voz de meninos e meninas, aqueles grandes autores renascem do silêncio a que a Brutidade diária os vai reduzindo, nos vai reduzindo.
Não sinto quaisquer remorsos por esta imposição de encenador. A memória (a física e a simbólica) também se realiza e treina deste modo.
E o direito à literatura faz parte, em meu entender, do direito à cultura e à liberdade.

Ribeira de Pena, 05 de Janeiro de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.makeitabetterplaceforus.blogspot.com.]

1 comentário:

Manuela Caeiro disse...

Apoiado, Sr. Encenador!
Versos soltos que guardo na memória são a minha Antologia Pessoal e a minha filosofia de vida; o meu património imaterial.
Por analogia, como não haveria de concordar?
Boas sementes para o Futuro!
Bom trabalho!
Bom Ano!