Talvez todas as idades sejam promontórios. Do alto do nosso tempo, vê-se o mundo (pelo menos, o que há e o que houve).
A caminho dos cinquenta, cada vez mais este miradouro onde ponho os pés se parece com o último degrau antes da queda. Isto é, cada vez mais a realidade se me vai tornando um abismo que se vê de longe, se vê de cima. E que urge evitar.
Passe-me os binóculos, senhor Freud. Sim, eu tenho cuidado. É só para ver o que se passa.
Ribeira de Pena, 17 de Janeiro de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.ideiasemdesalinho.blogs.sapo.pt.]
2 comentários:
A modos dos outros: envelhecer é uma arte, pondo os todos os misticimos de parte, obviamente ou não do tamanho da nossa altura, mas sim de tudo aquilo que vemos, restar-nos-á percorrer o caminho ... caminhando, caminhando ... sempre acompanhados por longos momentos de reflexão, mas sem nunca perder de vista os ideais, pois só desse forma poderemos triunfar e ser felizes.
Abraço
Triunfar sendo felizes, sim, mais do que sermos felizes triunfando. A Sophia M.B.A., inspirada nas navegações portuguesas, escreveu sobre a ideia de caminhar estes magníficos versos (cito de cor): "Navegavam sem o mapa / Que faziam."
Abraço!
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