Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Soneto da Piedade


Em memória do Mestre João!


A capela da Piedade onde se acende
A vela de um pedido apaixonado
É velha e pouco vale, pouco rende
Na contabilidade do mercado.

Mas alguém cuida dela e a defende:
Um velho machiqueiro devotado
(Na pia idade velha é que se aprende
A guardar o ouro insuspeitado).

Vista de fora é arte bem singela
Roída por erosão natural
(É mais respeitável do que bela) –

Mas a santa Piedade original
Escolheu para si, como capela,
A mais humilde casa ao Caniçal.

Ribeira de Pena, 09 de Dezembro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.madeiralive.eu.
Este poema faz parte do meu livro de poemas "A Palavra Vale" com que venci o Prémio Literário Francisco Álvares de Nóbrega (Machico - Madeira). A Junta de Freguesia de Machico editou um volume intitulado V Concurso Literário de Poesia Francisco Álvares de Nóbrega (Outubro, 2011) que, além do meu trabalho, inclui os trabalhos classificados no 2.º e 3.º lugares.]

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