quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
O que é difícil
Segunda-feira, 12 de Dezembro. Aproveito duas horas de intervalo em afazeres familiares para corrigir testes de Francês, à mesa de um Café sossegado numa rua discreta da Póvoa de Varzim. A empregada observa-me de soslaio. Traz-me um, dois cafés. Eu aponto-sublinho-evidencio erros. Aprovo-felicito-pontuo méritos. Dez, vinte, vinte e cinco testes. Ficam por corrigir algumas composições e lançar na grelha os resultados obtidos pelos meus alunos. Coisa para se concluir, portanto, à noite, talvez à lareira.
Peço ainda uma torrada e um chá. A empregada não resiste à interpelação que talvez lhe estivesse mordendo a língua há muito tempo:
- É professor, não é?
Lá lhe confesso que sim.
E ela:
- Ai, coitadinho!... Imagino o difícil que deve ser corrigir tantos testes.
A réplica sai-me automaticamente, obtemperada por sorriso antigo e triste:
- Difícil é estar desempregado...
Ribeira de Pena, 14 de Dezembro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.precariosinflexiveis.org.]
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2 comentários:
Póvoa DE Varzim
Agradeço o justificado (e maiusculado) reparo. Tratou-se de uma "gralha", acredite - e apresso-me a dela me livrar, naturalmente.
Obrigado por ter vindo a este Mar. Abraço.
JJC
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