sábado, 3 de dezembro de 2011
Soneto da baía metonímica
Eu sou, Tristão Vaz, esta baía
Mais a serra e as ribeiras escondidas
Descendo até ao chão da maresia
No gesto derradeiro de mil lidas.
Sou, homem, a baía que tão alto
Aumenta o horizonte do que vês
Apátrido, anónimo basalto
Depois, por ti chegando, português.
Não sei que me farás, aonde vou
(Sou só o que há na arte antes de ser) –
O meu destino mal se iniciou…
Hei por certo que nos falta perceber
O lado mais secreto do que sou
A certa identidade por saber.
Ribeira de Pena, 03 de Dezembro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.gonio.blogspot.com. Este poema faz parte do meu livro de poemas "A Palavra Vale" com que venci o Prémio Literário Francisco Álvares de Nóbrega (Machico - Madeira). A Junta de Freguesia de Machico editou um volume intitulado V Concurso Literário de Poesia Francisco Álvares de Nóbrega (Outubro, 2011) que, além do meu trabalho, inclui os trabalhos classificados no 2.º e 3.º lugares.]
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