Tem graça:
A rua da árvore, no outono,
É a rua da árvore nua.
(Rua de quem? A rua
Tem dono?
Talvez: é a rua da ávore.)
Mas a nudez
Não é bem já sua –
É do tempo que passa
Entre aqui e além.
O tempo,
Ao contrário da rua,
Não é de ninguém.
Ribeira de Pena, 10 de Dezembro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem não representa literalmente a rua referida no texto e foi colhida, de modo apressado e aleatório, na net (lamento o desconhecimento da fonte em concreto). Este poema faz parte do meu livro de poemas "A Palavra Vale" com que venci o Prémio Literário Francisco Álvares de Nóbrega (Machico - Madeira). A Junta de Freguesia de Machico editou um volume intitulado V Concurso Literário de Poesia Francisco Álvares de Nóbrega (Outubro, 2011) que, além do meu trabalho, inclui os trabalhos classificados no 2.º e 3.º lugares.]
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