sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
O amor é um combustível antigo
Somos, irmãos, a lenha do Tempo.
Ardemos sem remédio na lareira da Casa Maior. Ardemos até à cinza. Não há alternativa ao fim senão, no intervalo de estarmos ardendo, a espera.
Fumos abandonam(os) fragilmente, todos os dias, a Casa Maior, subindo ao céu consabido de Lavoisier.
Parece que de nós, depois de ardidos, não fica nada.
Mas fica: um restinho de calor, pelas sete horas gélidas de cada nova manhã, é uma saudade de termos estado.
Somos, Tempo, a tua lenha. Enquanto ardemos, aquecemos-te a Casa.
Ribeira de Pena, 03 de Fevereiro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.fugirarealidade.blogspot.com.]
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