Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pai cadente


Uma espécie de orgasmo de luz cruza o céu. Estrela cadente, talvez. Mas poderia ser um anjo (senão Alguém maior) cambaleando entre planetas, ébrio ou doido, involuntariamente iluminando o universo com a beleza luminosa da folia.
Apesar do frio teimoso, este dia 1 de Março de 2011 acaba num aconchego simpático de muita luz. Tantas são as estrelas interrompendo a noite da minha viagem que, por minutos, regresso a um Natal qualquer da minha infância.
Se a polícia se atravessar no meu caminho, faço de conta que tenho 47 anos e que sou uma pessoa responsável e cumpridora. Por dentro, hei-de rir-me como um anjo bêbedo, cabriolar entre Vénus e Júpiter, inseminar o universo do brilho puro que uma vez fui, fomos todos.
E agora me ocorre que a estrela talvez cadente, entre Cabeceiras e Ribeira de Pena, era o meu pai correndo atrás de mim, ou eu dele, agora e para sempre.

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