sexta-feira, 4 de março de 2011
Mesma canção
Dia confuso, corrido, fundamentalmente triste.
Deveria estar em Coimbra, com o Daniel, oferecendo-lhe o magro agasalho da minha presença, na hora da partida de sua Mãe. Mas...
Tinha, antes, de esperar pela impressão/encadernação da tese (2 volumes X 10 cópias = vinte volumes), em Vila Real, para entregar na segunda-feira, em Coimbra. E havia trabalho inadiável na escola. Sei que a minha filha esteve no funeral, e era eu também, no fundo, estando no funeral.
A verdade é que me senti, durante todo o dia, apesar das palavras magnânimas do meu Amigo (ao telemóvel), no lugar errado do mapa. Deveria estar em Coimbra. A sensação era a de estar praticando uma vil traição lesa-irmãos.
Pelas cinco da tarde, um grupo de alunos da Escola Básica de Arco de Baúlhe cantou "A Paixão", de Rui Veloso/Carlos Tê. Por segundos, emocionei-me. A letra tem aquela frase poderosa - "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção".
A minha história com os que estimo tem a ver com essa ideia:
residi(r)mos na mesma música.
Gostava que o Daniel e o Fernando acreditassem nisso e me perdoassem.
Ribeira de Pena, 04 de Março de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
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