Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

domingo, 30 de maio de 2010

Alvão universal


Deste espaço ao alto do Alvão
Vejo tantas coisas e tão vivas
Rindo da ideia de nação
E de pátrias administrativas!
Sabei que esta beleza mundial
Esta poesia antes do verso
É evidência só do universo
E de Deus redondo, Deus geral.
A única coisa portuguesa
Que do Alvão lobrigo
Quando escrevo-digo
O que escrevo-digo
Sou eu e a língua portuguesa.
Mas
A culpa não é do Alvão
Desta paisagem
Do meu olhar vizinha,
Ou deste irregular chão
De viagem:
É minha
Apenas minha.

Ribeira de Pena, 30 de Maio de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
[Uma primeira versão deste texto foi escrita em 1996, integrando o volume de poesia Milésimo de Torga. A imagem-supra foi colhida - com a devida vénia - em http://cm-vilareal.pt.]

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