sexta-feira, 22 de abril de 2011
Coimbra ao centro
Coimbra é, ao entardecer, uma espécie de aguarela e a gente faz parte da beleza inteira do que vê.
Três dias chegaram para regressar à minha condição de ser daqui.
De estrangeiro, agora, apenas mantenho o estranhamento olhador e a pureza (inventada) de um encontro primeiro.
Amo a minha cidade, apesar da esclerose industrial que nela grassa; apesar da doutorice que mentes gordas por aqui ostentam ou procuram; apesar da canalhice paroquial que cheira pior se vista de perto.
A ideia de sair de Coimbra, ainda uma vez, é o meu drama de emigrante contrariado.
Para onde vou, sei bem, não é o meu lugar.
Sobrevivo só por acreditar que, no estrangeiro para onde vou, há também gente, lugares, nuvens de cumplicidade que me devolverão, por momentos mágicos, à minha Coimbra essencial.
Coimbra, 23 de Abril de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.crisita.blogspot.com.]
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