terça-feira, 2 de agosto de 2011
Soneto de ver mais
Por vezes se liberta o meu olhar
Da pobre, imediata condição:
É quando sinto olhos de voar
Buscando o mais que haja além da mão –
Por exemplo, é quando vejo o mar
Tocando-se de céu (e o céu de chão)
Ou quando, à falta de o mirar,
Finjo que ele existe em vez de não.
Há muito ser eterno em ver o mar
E em ser maior o visto que a visão;
Há muita eternidade no olhar
Se à pobre, imediata condição
O olhador souber acescentar
As asas de olhar com ilusão.
Coimbra, 02 de Agosto de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (foto da praia de Mira) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.fotodependente.com.]
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário