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Número de Ondas

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A Música do Mundo


Defendi, à roda dos romances de Júlio Dinis, que uma boa história compreende sempre ritmo e melodia. Por ritmo, deve entender-se a intriga nuclear (por exemplo, em As Pupilas do Senhor Reitor, Daniel separa-se de Margarida, esquece-a por alguns capítulos, redescobre-a); por melodia, deve entender-se a acção (ou, como preferi chamar-lhe, um a intriga periférica que “é”, em boa verdade, a aldeia dinamicamente contada – com os contributos de João Semana, José das Dornas, João da Esquina, etc.).
Sendo o romance o modo literário que, por excelência, representa a própria vida humana, não me parece impertinente estender esta metáfora ao mundo que habitamos e somos.
E passa-se que toda a gente, de modo mais ou menos eloquente, fala do ritmo vertiginoso da vida moderna, mas que raros se dão ao trabalho de reflectir sobre a sua melodia (ou a falta dela).

Coimbra, 04 de Agosto (parabéns, Nelo!) de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (d’As Pupilas) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.universidadefalada.com.]

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