“Não odeies o teu inimigo porque, se o fazes, és de algum modo seu escravo.”Odiar dá o seu trabalho, já se sabia. Mas Jorge Luis Borges vai mais longe. E, reconheça-se, tem alguma (muita) razão.
Eu ando há muito tempo a libertar-me, tanto quanto posso, desse fardo pior de todos, o ódio. Estou a especializar-me no que, à falta de outra expressão, designarei por “indiferença estrategicamente aplicada”. Trata-se de uma espécie de homicídio virtual, pois consiste em tornar inexistentes os desprezíveis.
Apesar de morosa, a tarefa a que me propus afigura-se-me, já hoje, promissora e gratificante. Seguramente que me torno mais leve, mais limpo e mais livre.
Arco de Baúlhe, 10 de Maio de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (de Jorge Luis Borges) foi recolhida, com a devida vénia, em http://www.es.wikipedia.org.]
Sem comentários:
Enviar um comentário