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Número de Ondas

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Confissão por escrito

Apresentei ontem, pelas dez da noite, no Auditório Municipal de Ribeira de Pena, um livro intitulado Hhomens, de Antónia Áurea Ferreira (Lisboa, Ed. Vieira da Silva, 2012). A obra em causa é uma espécie de ramalhete de memórias e de pensamentos-ideias que a autora, uma ribeirapenense radicada em Sintra há já dezasseis anos, reuniu sob a forma sobretudo de pequenas narrativas. Aproveitei a ocasião para, uma vez mais, perorar sobre o imenso poder da literatura – e, em particular, da narrativa – em matéria de ordenação/explicação da vida e do mundo.
A autora só me foi apresentada pessoalmente no exacto momento da cerimónia. Mas disse-lhe, menos a brincar que a sério, na altura de a cumprimentar, que já a conhecia bastante bem. Não era uma piada, não: ficamos a saber muito de alguém que se expõe por centenas de páginas adentro (ainda que sob a capa de episódios e nomes pintalgados de ficção).
Sei do que falo, que eu próprio me sinto, a cada texto escrito-revelado, um frágil devoto na hora transparente da confissão de ser.

Vila Real, 06 de Maio de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho


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