Bússola do Muito Mar

Endereço para achamento

jjorgecarvalho@hotmail.com

Número de Ondas

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Soneto cacilheiro


Por Lisboa um poeta desanda
Ao ritmo dos passos e do olhar.
Há nele um cigarro e um fado
E um brilho (que não se vê) nascendo -

Os sapatos do poeta vão por escadas
Cheias de tremoços e de sentidos.
Há também comboios ao longe
E versos de Pessoa sobre Dinis

Cheira a café e a sal lusíadas
E está a multidão esperando o barco
À hora exacta de muito cedo.

A viagem do poeta desagua aí
Foto-silenciosa, com bilhete de ida -

É como se fosse natal
Perdidamente.

Ribeira de Pena, 07 de Outubro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[O poema faz parte do meu livro Desapontamentos ds Dias, Coimbra, Ed. A Mar Arte, 1995. A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://atuleirus.weblog.com.]

Sem comentários: