quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Estação Velha
Há noites em que o vento me traz
O barulho dos comboios a passar
Mais o silêncio dos comboios parados
Ao longe.
Adivinho no vento a vida
E os trilhos do norte e do sul
Do oeste e do leste. E outros
Que já não funcionam.
Se calhar, o barulho dos comboios no vento
Não existe. Serei eu imaginando
O barulho e o vento.
Mas eu sofro o silêncio e o barulho
Ditos no vento. Habita-me o medo
Dos comboios errados e dos trilhos
Eternamente perdidos -
No meu coração e no meu tempo choram
As pressas de todos os viajantes
E os sonhos de viagem e de sol.
Dou as palavras e o medo ao vento da noite.
Ribeira de Pena, 05 de Outubro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[O poema faz parte do meu livro Desapontamentos dos Dias, Coimbra, Ed. A Mar Arte, 1995.]
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