Bússola do Muito Mar

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Império do Sol


Fundei, com alunos do meu 9.º C, um círculo literário. Chamámos, a esta espécie de Clube de Poetas Mortos hodierno, “Arco de Leitores”. Uma vez por semana, reunimo-nos para falar de livros, pintura, fotografia, filmes; para entrevistar personalidades (um professor, uma funcionária, um aluno, talvez até um escritor); e para, enfim, partilhar preferências e criações.
Todas as semanas há um tema nuclear para, em casa, prepararmos a sessão seguinte. Na última 6.ª feira, o tema proposto foi “Um filme que me impressionou”.
Para quem já é razoavelmente velho, torna-se difícil escolher um objecto assim. Mas eu cumpro, de sete em sete dias, a minha obrigação e, à semelhança dos colegas do círculo, não deixo de responder ao desafio.
Entre tantos, busquei na minha memória O Império do Sol, de Spielberg (realizado em 1987).
Pelos passos de um rapaz ocidental, perdido de seus pais, algures na grande China, durante a Segunda Guerra Mundial, aprendemos muito sobre a Vida, a Morte, o Amor, o Sonho, as Saudades, o Medo, a Beleza e o Horror.
Quase no final do filme, um soldado japonês chama a esta juvenil personagem, sempre cheia de energia e de curiosidade (sensível, corajosa, impertinente), “difficult boy”.
Ainda hoje me parece uma das mais competentes definições de Poesia que jamais se produziram.
A Poesia é, meus irmãos, uma espécie de rapaz complicado.

Arco de Baúlhe, 27 de Janeiro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho

4 comentários:

monge disse...

tomara-me eu no tempo em que, no Pedro Cem, no Porto, vi este filme na primeira fila, onde fui inundado pela sua execente fotografia, banda sonora e todo o emaranhado de emoções ...
também a mim a poesia me torna, razoavelmente novo

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Eu vi-o no (ja falecido) Tivoli, em Coimbra. "Emaranhado de emoções", de facto.

Paulo Pinto disse...

Grande filme, sem dúvida. Vi-o no cinema, gravei-o mais tarde da televisão numa cassette VHS.
Um outro grande filme, também dessa época: «Danças com Lobos» - aliás, devia ser Dança com Lobos, pois, no título, «Dances» era o verbo «to dance» na 3ª pessoa do singular. Para mim, um dos filmes mais poderosos e emocionantes do cinema de Hollywood.

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Esse é (também) um grande filme.
Mas há tantos, tantos - não é, Paulo?
Abraço.