quinta-feira, 29 de julho de 2010
A vida não é, mas
Parto pelas seis horas da tarde para a Madeira.
Vou (voo) com a ideia de ainda ver, cúmplice da minha respiração e do meu oxigénio, um homem que foi (é) um santo.
Dizem-me que está muito frágil, algures entre o mundo e a eternidade estrangeira à matéria.
Espero que o avião onde vou (voo) aguente o peso inevitável da minha angústia e da minha tristeza.
As pessoas que amamos envelhecem, adoecem, morrem. A gente julga que já sabia (d)isto há muito tempo. Mas é só quando nos roubam os nossos que tudo faz tragicamente sentido e sabemos parte da bruta verdade.
A minha mãe suspira, pesarosa, às notícias más que a Madeira telefona. Murmura: É a vida. Eu digo: A morte. E ela: Pois.
A vida, atentai, não é uma merda. Mas a mortalidade é.
Coimbra, já 29 de Julho de 2010.
Joaquim Jorge Carvalho
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Oi,Professor! Partilho da sua angústia, dor.Um abraço sentido a sua esposa e filha.Não fiquem tristes...se o senhor,Mestre João,partir...mas "felizes" por ter existido nas vossas vidas.Comungo da vossa dor neste momento tão difícil!!! Abraço amigo da Filomena.
Beijinho, Filomena.
Obrigado pela solidariedade.
JJC
Enviar um comentário