quinta-feira, 10 de junho de 2010
Dia 10 de Junho
No seu discurso, Cavaco Silva diz que este “não é o tempo para querelas partidárias ou ideológicas”.
Lamento contrariar Sua Excelência, mas julgo que se passa exactamente o contrário. Este é o tempo em que, mais do que nunca, no jogo da política, as opções partidárias e, a montante, ideológicas fazem todo o sentido. O que resta do regime não apenas o autoriza como, sem dúvida, o exige.
Importará, pois, que os actores políticos respondam a certas perguntas fundamentais:
a) Como se chegou a esta crise (“insustentável”, para utilizar o adjectivo presidencial)?
b) Como se resolve a crise insustentável?
c) Como se resolve a crise insustentável de forma justa?
d) Que país queremos ser (partindo do pressuposto generoso de que queremos ser um país)?
e) Que Europa queremos (partindo do pressuposto generoso de que a Europa dá aos portugueses voto na matéria)?
Por mim, confesso, estou hoje com o desassombro de Jerónimo de Sousa, comentando o discurso de Cavaco: “Não se pode pedir às vítimas que ajudem os carrascos.”
Ribeira de Pena, 10 de Junho de 2010 (data de aniversário do Tó: parabéns, Tó!).
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem-supra (litografia a partir da obra de Francisco Amatucci) foi colhida – com a devida vénia – em http://www.pedraformosa.blogspot.com]
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2 comentários:
estou completamente de acordo
um abraço
arminda vaz
Obrigado pela visita, Arminda. Volte sempre!
JJC
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