Falo com a minha Mãe ao telefone. Assusta-me a sua voz fraquinha e “o raio da constipação que não passa” (sic). Essa é uma nuvem triste cruzando a claridade do dia preguiçoso em que gratamente estava residindo.
Isto de nada fazer tem que se lhe diga. Ensinaram-nos, durante séculos, a odiar o ócio. Mas eu, que sempre trabalhei e me habituei (influenciado pela educação recebida) a ter orgulho no labor diário, amo a preguiça!
Ruy Belo, num verso de “Orla marítima” (in O Tempo das Suaves Raparigas e Outros Poemas de Amor), afiança que “somos crianças feitas para grandes férias”. Respirando o oxigénio sereno desta provisória eternidade madeirense, entre o Edifício Perestrelo e a Praia, eu embarco convictamente na ideologia do grande poeta ribatejano.
Machico, 17 de Agosto de 2018.
Joaquim Jorge Carvalho
[Foto JJC]
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2 comentários:
O ócio faz falta como contrapeso à correria e ao desgaste do trabalho. A maneira como vives o trabalho, dando tudo em cada instante, faz com que o ócio periódico seja bem merecido. E o ócio pode ser produtivo: a julgar pela quantidade de posts que juntaste ao blog recentemente, não há dúvida de que está a ser. Continuação de umas boas e ociosas férias. Um abraço!
Grande abraço, Amigo & Cúmplice maior!
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