Subo à Praça da República, bordejo o Jardim Botânico, desço a Ladeira das Alpenduradas, estaciono ao Calhabé, tomo um café no Girassolum. Tenho tempo para matar (como se não fosse o tempo o verdadeiro matador da história toda) e leio serenamente o Diário de Coimbra. Chove sans cesse. No regresso, passo pelo Parque Manuel Braga, pela torguiana Portagem, pela Fernão de Magalhães e pela Estação Velha, subindo enfim à foz maternal que é a Rua Dr. Manuel Almeida e Sousa. A minha rua ou a rua dona de mim, porque afinal sou (para quem aqui me conhece) um rapaz daquela rua. Beijo à Mãe, duas ou três piadas sobre a economia e a idade, carro & casa.
Chove ainda. Ao longe, ouço (parece-me que ouço) os mesmos comboios de há trinta anos, chegando-partindo.
Pelas cinco e quarenta e cinco, da janela do meu quarto, testemunho um entardecer triste.
Há pouca primavera por enquanto, admito. Mas é tudo tão familiar, senhores, tão Coimbra, tão aqui que não posso deixar de me sentir bem. Em casa.
Coimbra, 26 de Março de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[Foto VLC]
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