Bússola do Muito Mar

Endereço para achamento

jjorgecarvalho@hotmail.com

Número de Ondas

sábado, 19 de julho de 2014

Milionário ocasional


Quando há sol e ninguém morre, um homem pode sentir-se milionário. Eu fui de minha casa ao Café, sem pressas, levando um caderninho na mão, com a intenção – primeiro – de beber uma cerveja e comer batatas fritas e – segundo – de escrever uma história sobre casas antigas, caso me apetecesse. Em três minutos de marcha descansadinha da silva, pude admirar a pintura dos montes à volta da vila, crianças bicicletando pela idade do ouro adentro, meia dúzia de cães e uma cadela entre o ócio e o cio, um senhor que eu tenho visto envelhecer nos últimos vinte anos e que caminhava em sentido contrário ao meu (ele sorriu e cumprimentou-me, talvez pensando que me tem visto envelhecer nos últimos vinte anos).
Bebi a cerveja, comi batatas fritas, li o JN. E escrevi, em vez da narrativa agendada, este bilhete postal que hei-de pôr no blogue Muito Mar, para se perceber que, às vezes, um pobre homem pode estar milionário. Basta (não sei se já vo-lo disse) que haja sol e ninguém morra.

Ribeira de Pena, 18 de Julho de 2014.
Joaquim Jorge Carvalho

[A imagem foi colida, com a devida vénia, em http://www.culturainquieta.com.]

Sem comentários: