Os versos são da imorredoira Sophia M. B. Andresen (cito de cor):
"Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar."
Há muitos anos que os trago inscritos no coração, por ser aqui tão certa a enunciação da urgência de viver, de experimentar o que vale a pena, de saborear com o corpo e a alma quanto a vida tenha para nos oferecer.
Há um lado triste, ironicamente triste, neste discurso: a poetisa voltará apenas na forma de versos (de, digamos, música), nunca mais regressando de facto, na sua plenitude de pele, olhos e sangue à praia amada, isto é, ao exercício livre de observar-sentir o mar.
Leio sempre este poema como um aviso solene sobre o imprudente desperdício da nossa existência:
"Cuidado, Joaquim Jorge, cuidado! O tempo vai-se esgotando."
De modo que preciso, hoje mesmo, de dizer a quem estimo e amo que os estimo e os amo. E de urgentemente ir ver o mar.
Arco de Baúlhe (à espera de uma oral de Francês), 28 de Junho de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (retrato de Sophia, feito por Arpad Szenes) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.leiturapartilhada.blogspot.pt/.]]
6 comentários:
Carpe diem, carpe diem!!!!
Isso mesmo, querida amiga!
Bj.
Dão acima dos 20º para toda a costa, é de aproveitar. Levar a Sophia e marear :) beijinho
That's a thought, dear Liliana. Kiss.
Vamos lá os dois.
Vamos, sim! Abraço!
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