Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Espertolândia, essa terra sem dívida soberana


Um dos senhores funcionários da ERC (Entidade Reguladora da Comunicação), dr. Elísio de Oliveira, recebe todos os meses, do Estado português, um subsídio para pagamento da habitação. O subsídio ascende a 941,25 euros – novecentos e quarenta e um euros e vinte e cinco cêntimos (mensais, repito). Explicação: o senhor tem residência fiscal no Porto e o seu actual local de trabalho é Lisboa.
Justo? Vamos conceder que sim, não obstante haver professores, psicólogos, educadores e educadoras de infância, auxiliares de acção educativa, senhores e senhoras da limpeza, etc. que, sendo embora também funcionários do mesmo Estado, não recebem um cêntimo para subvencionar despesas de habitação, transporte, telefone, and so on
Mas este senhor em concreto, segundo diz o Correio da Manhã (edição de 22-06-2011), tem afinal casa em Lisboa! O juiz Pedro Mourão, do Tribunal Constitucional, não nega que, ainda assim, o subsídio recebido esteja “formalmente” justificado. Mas lá aduz que “é imoral”.
Sem se rir, o beneficiário desta mordomia discorda: a sua verdadeira casa fica no Porto; aquela em Lisboa não é a sua residência, trata-se simplesmente de um – atenção à palavra – “investimento”.
Devíamos tirar o chapéu a tanta franqueza e a tal rigor enunciatório. O Estado vai-lhe pagando a casa que ele comprou para si, não é?
Poderíamos, se nos faltasse a generosidade, chamar um roubo a esta situação? Poderíamos. Mas, se virmos bem, o senhor tem muita razão. Aquilo foi (e é) essencialmente um “investimento”. Um magnífico “investimento”!
No planeta Terra, reinam os espertos. Parece que no céu não é bem assim, mas isso ainda está por provar…

Vila Real, 23 de Junho de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho

1 comentário:

Anónimo disse...

... num país de verdade este senhor devia ser impossibilitado de exercer profissão legalmente reconhecida em virtude de não apresentar conhecimentos de ética e deontologia profissional que lhe permitam fazer juizos ajustados às situações particulares, preferindo deturpar as normas existentes para beneficio próprio.
Este senhor e aqueles que permitem que tái leis sejam aprovadas.