segunda-feira, 16 de maio de 2011
Carrossel d'ir
Vês no carrossel da feira
Andando à roda os petizes
Em assentos de madeira?
Como que voam felizes!
Vês meninos gritando
Do lado do paraíso?
E vês os pais acenando
Entre o medo e um sorriso?
Vês na pista a alegria
E fora dela a prudência?
Vês o lado da folia
E o lado da sua ausência?
Se olhas de fora da grade
É viagem sem regresso
Pois na circularidade
Não há bem ida ou regresso.
Mas a fatal engrenagem
Dita que nova corrida
É já distinta viagem
Da outra antes vivida.
O carrossel que tu vês
Dura menos que dois ais –
Quando começa outra vez
Já os meninos são pais.
(Quando começa outra vez
Já os destinos são ais.)
Ribeira de Pena, 15 de Maio de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.1.bp.blogspot.com.]
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2 comentários:
Gostei muito. Uma bela ilustração da passagem do tempo, da efemeridade da vida. É sempre tão breve o tempo da felicidade, não é?
Tão breve, sim. E, logo, tão (tanto) mais precioso!
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