sexta-feira, 6 de maio de 2011
Notas com muito Maio dentro
Nota 1
Durante a bela manhã deste dia cinco de Maio, no Auditório do Centro Escolar de Cabeceiras de Basto, falei com alunos do 2.º ciclo sobre poesia. Lemos textos, dramatizámos cenas, viajámos por dentro dos sons e dos sentidos das palavras.
Atentos e (muito, muito) vivos, os jovens ofereceram-me o seu interesse, as suas opiniões espontâneas, o seu riso limpo e franco.
Não há Ministério da Educação (nem FMI) que me roube(m) essa graça.
Nota 2
À tarde, eu e os meus queridos alunos do “Arco de Leitores” (do 9.º C) fomos ao Centro de Dia de Arco de Baúlhe para - de modo esforçadamente dinâmico, criativo, teatral – dedicarmos aos utentes daquele espaço uma pequena performance de poesia. O título da nossa actuação ocorreu-me, como uma luz, quando se esboçava ainda a iniciativa, lá por Janeiro ou Março: “Poesia no Centro de Dia, Poesia no Centro dos Dias”.
A nossa assistência era uma vintena, se tanto, de idosos e idosas, Pude perceber, ao longo dos quinze-vinte minutos de função, ora a curiosidade ora o prazer de tão nobilíssima assistência.
A seguir, alunos de 2.º ciclo, orientados pelo colega Vítor Santos, um competentíssimo professor de Educação Musical, interpretaram temas em flauta e cantaram (para e com o público) algumas canções populares.
Nem uma hora durou esta comunhão serena e formosa entre a Escola (que somos) e a uma parte tão especial da comunidade da vila onde trabalhamos.
Parênteses e remate: gosto de pensar, com mais imaginação que rigor etimológico, na palavra comunidade como significando comum idade. Porque essa é a idade de (todos) nós. Nós, sublinho, de atar e de (juntos) sermos.
Nota 3
De manhã, jovens muito jovens; à tarde, gente consideravelmente antiga.
A todos chegou o encanto da arte poética.
Confirma-se, portanto: a poesia é uma necessidade de todo o humano tempo.
Ribeira de Pena, 05 de Maio de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (do poeta e cantor Léo Ferré) foi colhida – com a devida vénia - em http://www. europopmusic.eu.]
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2 comentários:
Tendo tido o privilégio de presenciar um desses momentos, sou testemunha: foi mágico. Parece inconcebível, nos dias que correm, que uma centena de miúdos, num meio culturalmente pouco «refinado», se tenham mantido interessados e, mais do que isso, entusiasticamente envolvidos numa actividade em torno (essencialmente) da poesia.
O teu mérito é imenso, e merece ser reconhecido.
Agradeço-te a gentileza, amigo, ressalvando porém que...
o meu mérito é o teu mérito, é o nosso mérito. A "tua" Escola (no sentido físico e no sentido ético-filosófico e profissional do termo) é a "minha" Escola, Paulo.
Abraço!
JJC
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