Nascendo, disse eu, como os outros seres vivos.
O poema é, disse depois, talvez um mamífero
Ou um vegetal (da taxonomia da rosas). Nasce
Do ventre que há no olhar ou no coração
Ou na pele da Senhora Dona Criação. Ou nasce
Do húmus paciente da Mãe-Terra, com espinhos
E lava e perfumes misturados de água.
O poema é talvez um animal nascido de um beijo
De um encontro, de uma voz buscando
O direito a ser corpo independente e livre –
E segue-te, nota, correndo ou voando.
Quiçá seja simplesmente uma rosa consubstancial
À Primavera
Diria melhor: uma súbita reunião de pétalas
Que exclusivamente te ofereço.
Cabeceiras de Basto, 16 de Maio de 2018.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, co a devida vénia, em https:www.pinterest.com.]
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