Não quero tudo, na verdade
Quero só um pouco do que
possa ter.
O Tempo explica a
desnecessidade
De tudo querer.
O coração reduz-se
sabiamente
A um quarto de hotel
minimalista
Sereno, disponível e
silente
Como a praia antes do
turista.
Basta-me o pouco que
encontrar:
Visões, café, livros
dispersos
Golos do Sporting, algum
mar
Fé no que houver depois
dos versos.
Quero ver passar mulheres
bonitas
Dormir sem pressa e comer
Meloa, pão, batatas fritas
Envelhecer sem bem
envelhecer.
Quero ter os meus amores
comigo
Brincar à imortalidade
neste terno
Baloiço do Presente meu
amigo
Enquanto não vem o bruto
Inverno.
Não quero tudo, juro, não
Quero senão este Presente
Isto é, amor, algum Verão
E a tua mão na minha,
ternamente.
Ribeira de Pena, 27 de Julho de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
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