Domingo
muito quente. Acabo de correr meia hora junto à piscina coberta de Ribeira de
Pena. Um pouco menos anafado que ao início do exercício, regresso lentamente ao
carro que, a uns vinte metros do circuito escolhido, sofria a violência (boa)
do último dia de Junho. Já ao volante, ao passar pelo portão principal do
cemitério municipal, assusto-me com um toque no vido do carro, à minha direita.
Um homem, já velho, de cabelos níveos, chama-me: “Senhor, senhor…”
Faço
correr o vidro e, disfarçando um medo infantil, interrogo-o: “O que se passa?”Ele sorri e diz: “Desculpe, desculpe. Julgava que era outra pessoa.”
Sigo para casa. Durante o banho, pergunto-me se este encontro não foi com a Morte, regozijando-me com o facto de ela me ter confundido com outra (pobre) pessoa.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.vivasvieira.blogspot.pt.]
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