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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Eu versos eu versus eu


Não me parece justa nem produtiva a ideia de olhar para a poesia de um autor como se fôssemos um polícia em busca do pensamento verdadeiro de quem escreveu este ou aquele poema. Creio que um poeta só responde perante o que, em cada momento, diz (ou canta), naquele preciso momento em que escreve (canta) o que quer que seja. Fora desse contexto, será sempre espúria qualquer ilação.
Os poemas são frutos pessoais, sim. Feitos em dada circunstância, sim. Mas a poesia (lida, percebida) é universal e intemporal.
Um poema não aspira, portanto, a ser lei jurídica ou verdade científica. É um estado de alma, simplesmente. Um poema meu pode dizer o contrário do que diz um outro poema meu.
E não é, a esta luz, necessário que cada poeta seja Fernando Pessoa para, aqui e ali, discordar de si próprio.

 
Arco de Baúlhe, 01 de Julho de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.mizebeb.wordpress.com.]

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