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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Meu querido país


A noite de 26 de Julho de 2013 será para sempre lembrada, na memória de quem ama Ribeira de Pena e a Cultura em geral, como um daqueles momentos raros que tornam as nossas vidas mais válidas e mais formosas.
Inaugurou-se nesse dia, à tarde, na Venda Nova, o Ecomuseu. Para a noite, a Biblioteca agendou um serão cultural que incluiu a dança e a representação. É nesta segunda dimensão do evento que eu entro. Idealmente, tratar-se-ia de um espectáculo teatral, a encenar por mim, com a equipa de jovens actores (já) do costume. Aconteceu que a disponibilidade destes amigos só coincidia com a minha a partir do dia 22, pelo que optei por uma empresa menos morosa: o videofilme.
Há uns seis anos que venho concebendo e realizando, na (minha) Escola Básica de Arco de Baúlhe, projectos na área do cinema, envolvendo alunos do segundo e do terceiro ciclos. Incluo estes projectos habitualmente na planificação de actividades relacionadas com o Teatro, área que já foi disciplina (ai que saudades!) e que agora assume um cariz extra-curricular (“Clube de Teatro & Cinema”).
Em Ribeira de Pena, o dia 26 de Julho marcou, a este nível, para mim e para os meus queridos actores, uma primeira vez.
Que fizemos nós? Sendo a intenção essencial celebrarmos o património natural e artístico-monumental do concelho, quisemos uma história que – directa ou indirectamente – cantasse lugares, edifícios, caminhos e gentes caracteristicamente ribeirapenenses. Para que não houvesse dúvidas, logo no dia 23 de Julho, eu disse aos actores, que a personagem principal seria Ribeira de Pena.
Com o entusiasmo e o talento habituais, a Rafaela, a Luana, a Catarina, o Gonçalo, o André, o Paulo, o João e o Bruno - com a participação também dos adultos Gabriela Alves, Emanuel Guimarães, Cristóvão Barroso, Sandrina Delgado e Teresa Marta -  protagonizaram uma história simples, cuja acção compreendia o Salvador (largo da Igreja, coreto, rua Camilo Castelo Branco), Santo Aleixo, Limões, Cerva…
A intriga centrou-se numa jovem filha de emigrantes, que exuberantemente manifesta o seu desagrado por passar férias em Portugal, na terra natal de seu pai (Ribeira de Pena). A este enfado inicial, acabará por suceder o encantamento provocado pela terra portuguesa, afinal também o seu país.
Mensagem fundamental: o amor pode levar tempo a nascer e a crescer. E é sempre preciso dar, ao amor, o tempo de que o amor precise…
Última nota: naquela noite de 26 de Julho, a magia do cinema reuniu-se à própria magia do tema essencial do serão: Ribeira de Pena – terra e gentes. Afinal, digo eu, era um filme sobre nós – nós de ser e nós de unir.


Ribeira de Pena, 29 de Julho de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho

2 comentários:

Rosário GC disse...

Permite-me dizer, também, minha Escola Básica de Arco de Baúlhe, pois foi nela que conheci gente que desejo rever...
Não foi preciso muito tempo para que o meu carinho por aquela Escola nascesse, crescesse e ganhasse tais raízes que me fazem agora agoniar só por saber que há a possibilidade de não regrassar à casa que me proporcionou momentos inesquecíveis.
Amar tanto assim também faz doer...

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Espero que mantenhas o teu lugar na Escola, Rosário. (De qualquer modo, podemos sair de lugares amados sem que os lugares amqados saiam de nós, n'est-ce pas?) Beijinho. JJC