A
noite de 26 de Julho de 2013 será para sempre lembrada, na memória de quem ama
Ribeira de Pena e a Cultura em geral, como um daqueles momentos raros que
tornam as nossas vidas mais válidas e mais formosas.
Inaugurou-se
nesse dia, à tarde, na Venda Nova, o Ecomuseu. Para a noite, a Biblioteca
agendou um serão cultural que incluiu a dança e a representação. É nesta
segunda dimensão do evento que eu entro. Idealmente, tratar-se-ia de um
espectáculo teatral, a encenar por mim, com a equipa de jovens actores (já) do
costume. Aconteceu que a disponibilidade destes amigos só coincidia com a minha
a partir do dia 22, pelo que optei por uma empresa menos morosa: o videofilme.
Há
uns seis anos que venho concebendo e realizando, na (minha) Escola Básica de
Arco de Baúlhe, projectos na área do cinema, envolvendo alunos do segundo e do
terceiro ciclos. Incluo estes projectos habitualmente na planificação de
actividades relacionadas com o Teatro, área que já foi disciplina (ai que saudades!)
e que agora assume um cariz extra-curricular (“Clube de Teatro & Cinema”).
Em
Ribeira de Pena, o dia 26 de Julho marcou, a este nível, para mim e para os
meus queridos actores, uma primeira vez.
Que
fizemos nós? Sendo a intenção essencial celebrarmos o património natural e
artístico-monumental do concelho, quisemos uma história que – directa ou
indirectamente – cantasse lugares, edifícios, caminhos e gentes
caracteristicamente ribeirapenenses. Para que não houvesse dúvidas, logo no dia
23 de Julho, eu disse aos actores, que a personagem principal seria Ribeira de
Pena.
Com
o entusiasmo e o talento habituais, a Rafaela, a Luana, a Catarina, o Gonçalo,
o André, o Paulo, o João e o Bruno - com a participação também dos adultos
Gabriela Alves, Emanuel Guimarães, Cristóvão Barroso, Sandrina Delgado e Teresa
Marta - protagonizaram uma história
simples, cuja acção compreendia o Salvador (largo da Igreja, coreto, rua Camilo
Castelo Branco), Santo Aleixo, Limões, Cerva…
A
intriga centrou-se numa jovem filha de emigrantes, que exuberantemente
manifesta o seu desagrado por passar férias em Portugal, na terra natal de seu
pai (Ribeira de Pena). A este enfado inicial, acabará por suceder o
encantamento provocado pela terra portuguesa, afinal também o seu país.
Mensagem
fundamental: o amor pode levar tempo a nascer e a crescer. E é sempre preciso
dar, ao amor, o tempo de que o amor precise…
Última
nota: naquela noite de 26 de Julho, a magia do cinema reuniu-se à própria magia
do tema essencial do serão: Ribeira de Pena – terra e gentes. Afinal, digo eu,
era um filme sobre nós – nós de ser e
nós de unir.
Ribeira de Pena, 29 de Julho de 2013.
Joaquim Jorge Carvalho
2 comentários:
Permite-me dizer, também, minha Escola Básica de Arco de Baúlhe, pois foi nela que conheci gente que desejo rever...
Não foi preciso muito tempo para que o meu carinho por aquela Escola nascesse, crescesse e ganhasse tais raízes que me fazem agora agoniar só por saber que há a possibilidade de não regrassar à casa que me proporcionou momentos inesquecíveis.
Amar tanto assim também faz doer...
Espero que mantenhas o teu lugar na Escola, Rosário. (De qualquer modo, podemos sair de lugares amados sem que os lugares amqados saiam de nós, n'est-ce pas?) Beijinho. JJC
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