Três e vinte da tarde, praia da Tocha. Dois tractores vão recolhendo as redes que, antes, os pescadores haviam lançado no horizonte.
Locais e turistas aproximam-se, dolentes e curiosos. Preparam-se as máquinas fotográficas (ou os telemóveis). Os rostos dos pescadores denotam preocupação, maior a cada minuto. Eu, que tenho alguma experiência espectadora (praia de Mira, século XX), adivinho ali o drama: pescaria provavelmente pobre.
Assim é. Pouco pescado aparece no fundo da longa malha castanha.
Uma mulher, decerto indígena, atira para aquele sénior calvo que arruma as redes chegadas à areia:
- Ó M., isto nem para a bucha dá.
O homem encolhe os ombros.
Um dos tractores afasta-se até desaparecer. Nós seguimo-lo.
Tocha, 08 de Agosto de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[Foto JJC]
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