Na piscina a vida anda à superfície ou
sob as águas salta voa mergulha chapinha
grita aflita ri ri sai entra foge desvia-se
esconde-se reluz desiste insiste persiste resiste repete-se
multiplica-se encolhe-se engasga-se cansa-se cruza-se casa-se
lê joga pula corre empurra apara ampara
estende-se ao sol como se morresse de propósito
A vida paga bilhete para entrar na piscina pública
e sai no último minuto permitido esperando
voltar amanhã depois de a toalha secar
e o coração descansar da alegria de bater tanto
A vida sai sempre da piscina com pena
de não ficar mais mas é assim
o regulamento.
Coimbra, 22 de Agosto de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[Um esboço deste poema foi originalmente escrito a 01-07-2005. A imagem (piscina do Parque de Campismo de SITAVA Camping, Praia do Malhão) foi colhida, com a devida vénia, em http://www. Nota: nunca lá estive.]
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