quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Leituras d'Estio
Leio sans cesse: no remanso da sala, à tardinha; no Café, a cada intervalo das voltas doméstico-contribuintes; no quarto, até chegar o sono ou o barulho das aves madrugadoras.
Deliciei-me ultimamente com Tabucchi (O Tempo Envelhece Depressa), confirmei o génio de Daniel Abrunheiro (Cadernos de poesia, de diarística, de crónica, de metanarrativas, sem outra ordem que a da desconcertante poética do Autor); folheei na Fnac o estimulante Matura Idade, de David Mourão-Ferreira (com prefácio razoável de Vasco Graça Moura); estou a reler (e já vou a meio) o Alma, de Manuel Alegre. Mas sobretudo tenho revisitado o grande José Vilhena, que narrativamente me traz certo Portugal e certos portugueses, que sempre me fez (faz) sorrir e - nem sei bem como isto funciona - sempre me comove.
Bem sei, senhores, bem sei, que há literárias diferenças entre Vilhena e os outros que supra-menciono. Patamares, talvez. O próprio Vilhena no-lo lembra a cada passo e diverte-se com tal. Mas eu, residente neste hospital de doidos que tantas vezes é a minha contemporaneidade, preciso muito desta simplicidade e deste riso franco e chão! De Vilhena em vez de Vileza.
Compreendeis?
Coimbra, 08 de Agosto de 2012.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com adevida vénia, em http://www.blogdaruaonze.blogs.sapo.pt
.]
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3 comentários:
"Vilhena em vez de Vileza" - o mot juste é uma arte rara.
É questão de diálogo, não é?
Porque o mot juste não é bem o que se diz-escreve; é o que funciona, i.e., o que se acende ao ler-se/ouvir-se, o que se percebe.
Logo, mérito (pelo menos igual) para quem (re)conhece o mot juste e lhe dá vida.
Abraço!
É isso tudo, King. A minha Senhora cá em casa, sobretudo aos sábados à noite, está-me sempre a dizer para eu ir finalmente tomar banho e trazer o mô ajustado como debe-de-ser.
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