Bússola do Muito Mar

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Número de Ondas

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Outras notas setembrinas


Dia atribulado, a segunda-feira. Pelas sete da manhã, o telemóvel avisa-me da indisposição da frágil mãe, há sinos a rebate no meu coração, saio panicamente para a fria manhã. Medo, pois.
A mãe melhora. O T, a F e eu, crias serôdias, ainda tememos, mas suspendemos a mortalidade por enquanto.
Regresso a minha casa a tempo de levar a VL, outro lado do Tempo, ao seu emprego. Aproveito ainda alguns minutos para banho e barba, recolho fa(c)turas para pagar e, just in case, levo os testes de Língua Portuguesa e Francês que me falta corrigir.
Na estrada, há o espe(c)táculo da vida urbana sucedendo com o habitual vigor. Gosto desta dinâmica de caos, mas rapidamente me canso e a recuso. Repugna-me já a fauna (inextinguível) dos maus condutores, dos auto-porcos que deitam papéis pela janela dos carros, ou dos porco-pedonais que conspurcam com escarros e maços de tabaco as ruas dos outros, e também a fauna (ou flora?) de arrumadores de carros, cheios de uma inexplicável agressividade.
Na rádio, retenho notícias repetidas de ontem, de sempre. A senhora Merkel quer castigar (mais) os países da zona euro que têm dívida excessiva, retirando-lhes até parte (?) da sua soberania política. Questão: quem ganhou, vistas as coisas d'aqui, a segunda guerra mundial, quem foi?
A dívida da Madeira é, segundo ouço, semelhante à que o Estado português pagou pelos desmandos do BPN. Até na porcaria, portanto, há patamares de nível e decência: o estrume deixado pelos vigaristas da banca cheira, creio eu, ainda pior que o da ilha... [Num caso como noutro, contudo, não se vislumbram castigos ou remédio.]
A propósito ou despropósito de tudo Isto, leio uma afirmação de D. José Policarpo, cardeal patriarca de Lisboa: "Quem entra na política não sai de mãos limpas."
Amen, talvez.

Coimbra, 26 de Setembro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.antral.pt.]

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