sábado, 3 de setembro de 2011
Colegas (des)contratados
Alguns dos melhores professores que tenho conhecido são "contratados". Essa evidência não me conduz à irresponsável (precipitada, bruta) conclusão de que se deva facilmente despedir "efectivos" para os substituir pelos novos; mas defendo a necessidade de, por um lado, não enganar os jovens candidatos à docência com promessas de empregabilidade mentirosas - e de, por outro, canalizar esta gente cheia de energia e de (legítima) vontade de trabalhar para lugares e funções úteis para o país.
Bem sei que a situação económica obriga a constrangimentos cínicos. Bem sei que a taxa de natalidade tem dominuído e que isso, mais tarde ou mais cedo, se tinha de fazer sentir no mercado de trabalho. Mas há ainda muito, tanto por fazer!
Por exemplo, não se percebe por que motivo, depois do concurso, há ainda cerca de quinze mil lugares por preencher; terá sido para roubar quinze dias de vencimento aos desgraçados por colocar?
Por exemplo: como se admite que, na formação ou em estabelecimentos de ensino privado, haja ainda quem acumule com outros empregos?
Etc.
Sei de colegas que deram o melhor de si pela profissão e que, entretanto, embriagados pelo optimismo mentiroso de sucessivos governos, se atreveram a constituir família, a comprar casa e carro, a ter filhos - e agora desesperam por umas migalhas para fazer face aos compromissos.
É um tempo muito triste, este que vivemos. Trata-se de um Presente que se vai parecendo, cada vez mais, com os piores Passados.
Coimbra, 02 cde Setembro de 2011.
Joaqui Jorge Carvalho
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