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Número de Ondas

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Em dia


Tonou-se um clichê esta ideia muito cara aos orientais e, por essa via, a Hermann Hesse: de vez em quando, é preciso parar para pensar.
A falta de um espaço para o oxigénio da serenidade, da contemplação e da reflexão tende a notar-se. Na lufa-lufa dos dias, a Besta não raras vezes desperta em nós e, à nossa roda, degrada-se ambiente, ar, vida.
Precisamos de um cantinho de paz, que ciclicamente nos devolva a santidade de que - também - somos feitos.
Uma tia (ou avó?) de Cristóvão de Aguiar, citada pelo autor no magnífico livro Relação de Bordo (1.º volume), fala dessa utilidade de, com pontualidade cristã, se rezar. (Por ser esse, esclareço, o seu pessoal modo de recolhimento.) A senhora, micaelense antiga, dizia aos seus que, cumprido o dever auto-imposto da oração, ficava sempre com "a alma em dia".
Voilà! Cabe-nos isso mesmo a todos: pôr a alma em dia, senhores.

Ribeira de Pena, 20 de setembro de 2011.
Joaquim Jorge Carvalho
[A imagem (de S. Miguel) foi colhida, com a devida vénia, em http://www.olhares.aeiou.pt.]

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